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Boas Práticas

Formadores Vidas Ubuntu, são agentes que carregam em si uma filosofia ubuntu, isto é, impelidos no serviço ao outro e despidos de preconceitos e representações. Quando nos propomos a um desafio como este percebemos que a chave está em nós, na disponibilidade de irmos ao encontro do outro, neste sentido, a importância de dar espaço ao participante para que se possa exprimir livremente, sem ser censurado ou criticado. Neste encontro o formador deve gerir as suas expetativas e caminhar lado a lado com o participante na construção da sua história, pondo em prática competências como a escuta ativa e a empatia. Salientamos a importância de tornar tangível o trabalho que está a ser desenvolvido, passando a mensagem de que a história poderá ter influência na vida de outras pessoas, e transmitindo sempre uma postura positiva, mostrando as inúmeras possibilidades em concretizar o objetivo do projeto. Imaginemos um dos participantes que considere que não tem história para contar, uma das leituras possíveis dessa situação poderá ser “ se não consegues contar a história do teu passado, podes contar a história do teu futuro” – qual é a história que gostarias de contar amanhã?”.

No processo de construção da história de vida, o formador deve ter consciência de que a história não lhe pertence, sendo que a decisão de colocar legendas e/ou voz-off, o nome no video e a escolha das imagens, músicas, filmes fica totalmente ao critério do participante. Contudo, o formador do Vidas Ubuntu deve estar preparado e disponível para ajudar o participante nesta fase, caso ele solicite. Acrescenta-se ainda a importância em todo o processo da confidencialidade.

Na especificidade deste projeto a resposta passa por antes de tudo ser capaz de perceber a necessidade que existe naquele momento, com aquela pessoa. Desta forma o trabalho é realizado através de “momentos de encontros circunstanciais”, uma vez que o tempo em que acompanhamos este grupo é curto e novamente invoco a necessidade de uma gestão das expetativas, para que no futuro não perdure uma sensação de abandono ou desligamento no público com quem estamos a desenvolver o projeto.

Ana Pires, Formadora Vidas Ubuntu

Direitos Participantes Vidas Ubuntu

Inspirado no “Ethical Practise in Digital Storytelling” do Center of Digital Storytelling

http://storycenter.org/

 

  • O direito de saber o que se vai passar durante o workshop – gestão das expectativas;

  • O direito de decidir se pretende ou não fazer a sua história de vida em formato digital e/ou oral;

  • O direito de desistir a meio do processo da construção da história de vida;

  • O direito de decidir quem vê/ouve a sua história de vida;

  • O direito de decidir se quer ou não participar no workshop;

  • O direito de fazer perguntas em qualquer momento do workshop;

  • O direito de pedir para repetir as instruções ou clarificar em qualquer momento do processo;

  • O direito ao apoio emocional dos restantes participantes e facilitadores;

  • O direito de contar a história da forma que quiser, dentro dos limites do workshop;

  • O direito de decidir se quer ou não contar situações confidenciais da sua vida/colegas/professores;

  • O direito de saber que ao revelar determinadas situações da sua vida poderá colocá-lo em risco;

  • O direito de não colocar informações e/ou fotografias que o identifique a si ou outras pessoas;

  • O direito de rejeitar o feedback que é recebido da história de vida se não for útil ou não refletir espírito de apoio e respeito;

  • O direito de decidir o idioma que quer utilizar na história de vida;

  • O direito de decidir se utiliza voz off ou apenas texto na sua história de vida;

  • O direito de ser respeitado e apoiado pelos facilitadores;

  • O direito de uma autorização escrita e assinada pelo encarregado de educação relativamente ao uso da sua história de vida para fins de formação e/ou divulgação do projeto nos media no âmbito do projeto Vidas Ubuntu;

  • O direito de saber que apoio pode esperar depois do workshop terminado;

  • O direito de ficar com uma cópia da sua história digital;

  • O direito de saber quem verá a sua história de vida e com que propósito, caso permita que seja partilhada;

  • O direito ao apoio emocional, caso esteja presente quando a sua história for partilhada;

  • O direito de exigir que ninguém poderá vender a sua história com vista a fazer lucro;

  • O direito de retirar a qualquer momento a autorização de partilha da sua história de vida;